Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro entrou em mais uma disputa simbólica no cenário político brasileiro. Trata-se da chamada “guerra dos bonés”, uma tendência que vem ganhando força entre políticos e influenciadores como forma de transmitir mensagens diretas e impactantes ao público. Bolsonaro, conhecido por sua comunicação estratégica, decidiu aderir à prática e já tem uma frase em mente para estampar seu acessório.
Segundo o jornalista Paulo Cappelli, Bolsonaro revelou que considera usar um boné com a mensagem: “Dê-me 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o Brasil: Bolsonaro 2026”. O ex-presidente reconhece que a frase pode ser longa demais para caber no espaço disponível, mas garantiu que sua equipe já avalia uma versão abreviada com o mesmo impacto.
O uso de bonés com mensagens políticas não é novidade, especialmente em campanhas eleitorais. O próprio Bolsonaro mencionou que já pensava na ideia desde a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, quando o slogan "Make America Great Again" se tornou um ícone da direita mundial. Agora, ele busca criar algo semelhante para mobilizar sua base e reforçar sua estratégia de comunicação visual.
A disputa simbólica dos bonés ganhou notoriedade recentemente com o presidente Lula, que também aderiu à tendência ao utilizar um acessório com a inscrição “Paz e Amor” durante eventos oficiais. Para muitos analistas, essa é uma tentativa de resgatar a imagem do petista como um político conciliador, em contraste com a postura combativa de seus opositores. O boné de Bolsonaro, por outro lado, traz um tom mais direto e desafiante, sugerindo que uma mudança significativa no país depende da composição do Congresso.
A movimentação ocorre em um momento de intensa polarização política no Brasil. Enquanto Bolsonaro se mantém ativo no debate público e articula sua base de apoio, Lula enfrenta desafios internos no governo, incluindo críticas sobre sua condução econômica e embates com setores conservadores. Nesse cenário, pequenos gestos simbólicos, como um simples boné, podem ganhar um significado estratégico e mobilizar eleitores.
Além da disputa visual, Bolsonaro segue fortalecendo sua relação com parlamentares e líderes políticos. Recentemente, ele se aproximou do novo presidente da Câmara, buscando consolidar alianças que possam facilitar seus planos futuros. A mensagem estampada em seu boné reflete justamente essa estratégia: conquistar uma maioria no Legislativo para viabilizar mudanças estruturais no país.
A estratégia de Bolsonaro também pode ser interpretada como um aceno para as eleições de 2026. Embora ele ainda enfrente desafios jurídicos e políticos, sua base continua mobilizada, e qualquer gesto simbólico ganha repercussão imediata entre seus apoiadores. As redes sociais, principais ferramentas de engajamento do ex-presidente, já estão repletas de especulações sobre o modelo, a cor e o design do boné que ele pretende usar.
A guerra dos bonés pode parecer um detalhe trivial, mas ilustra bem como a comunicação política evoluiu nos últimos anos. Em tempos de redes sociais e campanhas digitais, a imagem e os símbolos têm um peso significativo na construção de narrativas. Tanto Lula quanto Bolsonaro sabem disso e exploram esses recursos para fortalecer suas respectivas mensagens.
O boné de Bolsonaro, seja qual for o formato final, não será apenas um acessório, mas um elemento estratégico na disputa pela atenção pública. Com a frase escolhida, ele reforça seu discurso de que mudanças no Brasil só ocorrerão se houver uma base sólida de apoio no Congresso. Resta saber como seus adversários responderão a esse novo capítulo da disputa política nacional.