A influência de Janja sobre o presidente Lula tem sido motivo de debates e críticas nos bastidores do governo. De acordo com a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, a primeira-dama passou a impor restrições a reuniões políticas dentro das residências oficiais, como o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, limitando a presença de aliados próximos do presidente nesses espaços. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (17) e tem gerado repercussão entre integrantes do governo e analistas políticos.
Segundo Daniela, essa mudança tem dificultado a rotina política de Lula, tornando mais complicada a articulação com aliados. Durante sua participação na GloboNews, a jornalista enfatizou que Janja estabeleceu uma nova dinâmica dentro das residências presidenciais, impedindo que os encontros políticos aconteçam com a frequência de antes. “Nossa casa não é para ficar o tempo inteiro com político aqui dentro”, teria dito a primeira-dama, conforme relatado por Daniela.
A postura de Janja não apenas alterou o funcionamento interno do governo, como também reforçou o protagonismo da primeira-dama dentro da gestão petista. De acordo com fontes próximas ao Planalto, citadas pela jornalista, Janja se tornou uma peça-chave na rotina de Lula, exercendo influência direta sobre algumas de suas decisões. “Ela é uma fonte de vitalidade para ele, mas também tem um perfil que o presidente não consegue controlar”, afirmou Daniela ao citar um interlocutor do governo.
Diante dessas restrições, Lula tem encontrado alternativas para manter os encontros políticos com seus aliados. Uma das estratégias adotadas pelo presidente seria aproveitar as viagens de Janja para retomar reuniões em outros locais, longe do ambiente doméstico. Essa movimentação tem sido observada com atenção nos bastidores, especialmente porque evidencia uma mudança na maneira como o petista conduz suas articulações políticas.
Entre as consequências desse novo cenário, destaca-se o fortalecimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Com a limitação dos encontros dentro das residências oficiais, Rui Costa estaria assumindo tarefas que, em circunstâncias normais, deveriam ser conduzidas pelo próprio Lula. Essa situação tem gerado descontentamento entre alguns aliados do presidente, que veem a crescente influência de Janja como um obstáculo para a política tradicionalmente praticada pelo petista.
Embora Janja já tivesse um papel ativo ao lado de Lula desde a campanha eleitoral, sua atuação no governo tem sido cada vez mais evidente. Seu envolvimento nas decisões do presidente e na organização de sua agenda demonstra que a primeira-dama não se limita a uma função simbólica. Para alguns integrantes do governo, essa influência é vista de forma positiva, pois contribui para a proteção e bem-estar do presidente. No entanto, para outros, essa postura representa um desafio para a articulação política e pode prejudicar a relação de Lula com sua base aliada.
O impacto das restrições impostas por Janja ainda está sendo avaliado, mas a mudança já é percebida nos círculos políticos. O distanciamento entre Lula e alguns aliados pode ter reflexos nas estratégias do governo, especialmente em um momento em que o presidente busca consolidar apoio para medidas importantes. Com as eleições municipais de 2024 no horizonte, a articulação política se torna ainda mais crucial para o PT, e qualquer barreira nesse processo pode gerar consequências significativas.
A presença de Janja na política tem sido um fator de discussão desde o início do governo Lula. Sua personalidade forte e seu engajamento ativo em diversas áreas fazem dela uma figura de destaque, mas também levantam questionamentos sobre os limites de sua influência dentro da gestão petista. Enquanto algumas lideranças defendem seu papel ao lado do presidente, outras alertam para os riscos de uma interferência excessiva na condução política do governo.
No momento, Lula segue tentando equilibrar sua vida pessoal com as demandas políticas. A relação com seus aliados continua sendo um ponto fundamental para a governabilidade, e a maneira como ele irá administrar essa nova dinâmica dentro do Palácio da Alvorada pode definir o tom das próximas articulações. Com Janja assumindo um papel cada vez mais relevante, resta saber como o presidente irá lidar com essa influência e quais serão os impactos dessa mudança na sua base política.