O bilionário Elon Musk, dono da rede social X, gerou grande repercussão ao compartilhar uma publicação que convoca a população brasileira para protestos pelo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua conta oficial na plataforma, Musk replicou um post do empresário Mario Nawfal, que destacava a mobilização de grupos da direita em mais de 120 cidades brasileiras. As manifestações estão marcadas para o próximo dia 16 de março e têm sido amplamente promovidas por opositores do governo.
A publicação de Musk continha apenas um breve comentário: "Wow". Apesar da simplicidade, a postagem rapidamente viralizou, ultrapassando 22 milhões de visualizações na manhã deste sábado, 15. O engajamento do empresário norte-americano foi suficiente para acirrar os ânimos no cenário político brasileiro, sendo compartilhado por diversos parlamentares da oposição e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enxergam nas manifestações uma oportunidade de pressionar o governo.
A postagem original de Mario Nawfal continha imagens de protestos de 2016, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff enfrentou uma onda de manifestações que culminaram em seu impeachment. Nawfal sugeriu que há um movimento crescente de insatisfação popular contra Lula, o que, segundo ele, se reflete no fortalecimento das convocações para os atos de março. De acordo com sua análise, a mobilização atual está se espalhando pelo país, impulsionada por um descontentamento generalizado com o governo petista.
Essa insatisfação tem sido reforçada pelos números da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 14 de fevereiro. Segundo o levantamento, a aprovação ao governo Lula caiu para 24%, enquanto a rejeição subiu para 41%. Os índices preocupam o Palácio do Planalto, pois evidenciam um desgaste precoce da administração petista, que ainda está em seu segundo ano de mandato. O crescimento da rejeição tem sido atribuído a fatores como a crise econômica, o aumento da inflação e o descontentamento de setores conservadores com algumas políticas do governo.
A manifestação do dono do X não foi vista apenas como uma mera reação a um post, mas como um gesto significativo de apoio à mobilização contra Lula. Musk, que nos últimos tempos tem se mostrado cada vez mais crítico a governos alinhados à esquerda, já entrou em embates diretos com lideranças políticas no Brasil. Recentemente, ele criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e questionou decisões judiciais envolvendo a censura de conteúdos na plataforma. Sua atuação na esfera política brasileira tem sido acompanhada de perto, e sua influência no debate público vem crescendo.
A convocação para os protestos ganhou ainda mais força após a publicação de Musk, que impulsionou o engajamento dos grupos de direita. Nas redes sociais, diversos parlamentares e figuras influentes da oposição passaram a divulgar as manifestações, reforçando a narrativa de que há um clamor popular contra Lula. Entre os apoiadores mais entusiastas da mobilização estão deputados e senadores aliados de Jair Bolsonaro, que enxergam no protesto uma oportunidade de desgastar ainda mais o atual governo.
Diante da crescente mobilização, o governo federal e seus aliados minimizam o impacto dos protestos, classificando-os como atos de uma parcela radical da direita. Líderes governistas afirmam que as manifestações são organizadas por grupos extremistas que ainda não aceitaram a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Além disso, ressaltam que a convocação feita por Musk e sua influência no Brasil são sinais de interferência externa no cenário político do país, o que gerou críticas de setores progressistas.
Apesar das tentativas do governo de descredibilizar os atos, o engajamento nas redes sociais continua aumentando, com a expectativa de que os protestos possam ter uma grande adesão. O impacto real das manifestações do dia 16 de março ainda é incerto, mas o episódio já reforçou a polarização política no Brasil e evidenciou a capacidade de Musk de influenciar o debate público no país.