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Empresário questiona bens do ministro nos Estados Unidos
O bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X e ex-secretário de Eficiência Governamental dos Estados Unidos no governo de Donald Trump, voltou a se posicionar contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira (25), Musk sugeriu que possíveis sanções poderiam ser aplicadas ao magistrado, levantando questionamentos sobre sua situação financeira nos EUA.
A polêmica surgiu após uma ação conjunta movida pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media, empresa do ex-presidente americano Donald Trump. Moraes é acusado de violar a soberania americana ao solicitar a suspensão da conta do jornalista Allan dos Santos na Rumble.
Musk responde a postagem e insinua medidas contra Moraes
Em uma publicação no X, Musk reagiu a um post do influenciador Mario Nawfal que citava uma declaração de Alexandre de Moraes sobre as big techs. Durante uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na segunda-feira (24), o ministro afirmou que as plataformas digitais “não são enviadas de Deus” e acusou-as de fazerem “lavagem cerebral” nos eleitores.
O comentário de Moraes provocou diversas reações, incluindo a de Musk, que questionou:
– Moraes não tem bens nos Estados Unidos?
A insinuação do empresário gerou especulações sobre possíveis ações contra o ministro, especialmente no âmbito financeiro.
Jornalista explica possível impacto de sanções
O jornalista Paulo Figueiredo, que também é alvo de decisões de Moraes e reside nos Estados Unidos, respondeu a Musk explicando que sanções poderiam ser aplicadas mesmo que o ministro não possua propriedades no país.
– Uma vez que ele seja incluído na lista SND do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, todas as instituições financeiras imediatamente fecham a conta bancária dele, inclusive no Brasil, para que não sejam alvo de sanções secundárias. O presidente Trump pode fazer isso a qualquer momento, a seu critério, através da Lei Magnitsky – afirmou Figueiredo.
A possibilidade de inclusão de Moraes na lista de sanções econômicas pode representar um embate ainda maior entre o ministro e figuras políticas e empresariais alinhadas a Trump.
Lei Magnitsky e seu impacto nas sanções internacionais
A Lei Magnitsky, mencionada por Figueiredo, é um mecanismo jurídico dos Estados Unidos que permite ao presidente impor sanções econômicas e negar entrada no país a indivíduos acusados de corrupção ou violação de direitos humanos.
Essa legislação já foi utilizada contra autoridades estrangeiras e poderia, em tese, ser aplicada a Moraes caso houvesse justificativa suficiente para enquadrá-lo em suas diretrizes.
Allan dos Santos e a batalha judicial contra Moraes
O jornalista Allan dos Santos, cuja conta foi alvo da decisão de Moraes na Rumble, tem sido um dos principais críticos do ministro do STF. Exilado nos Estados Unidos, Allan é investigado no Brasil por disseminação de fake news e participação em supostos atos antidemocráticos.
A Rumble e a Trump Media consideram que a determinação de Moraes foi uma afronta à soberania americana e uma tentativa de censura, razão pela qual decidiram acionar a justiça dos EUA.
Alexandre de Moraes e as big techs
Nos últimos anos, Alexandre de Moraes tem se destacado no embate contra plataformas digitais e na regulamentação das redes sociais no Brasil. Ele defende maior controle sobre conteúdos considerados desinformativos e já determinou bloqueios e remoções de contas de diversas figuras públicas.
O posicionamento de Musk e o possível envolvimento de Donald Trump no caso elevam a tensão entre o STF e setores conservadores dos Estados Unidos. Moraes tem sido alvo de críticas de figuras ligadas à direita global, que o acusam de agir de forma autoritária contra opositores políticos.
Possível reação do governo brasileiro
Diante dessas movimentações, o governo brasileiro pode ser pressionado a reagir caso sanções contra um ministro do STF se tornem realidade. O Itamaraty ainda não se pronunciou sobre a polêmica, mas a possível inclusão de Moraes na lista de sanções dos EUA poderia gerar um conflito diplomático entre os dois países.
O episódio evidencia a crescente tensão entre o judiciário brasileiro e setores políticos americanos, além de reforçar a influência de Musk no cenário internacional. Resta saber se as ameaças de sanções se concretizarão ou se permanecerão apenas no campo das especulações.