Filha adolescente de Eustáquio pede ao STF fim e desbloqueio de suas contas bancárias

Filha adolescente de Eustáquio pede ao STF fim e desbloqueio de suas contas bancárias

Brasil Unido


 Mariana Volf Pedro Eustáquio, filha adolescente do jornalista Oswaldo Eustáquio, recorreu ao Supremo Tribunal Federal em busca do desbloqueio de suas contas bancárias. Desde abril de 2023, a jovem enfrenta dificuldades financeiras devido à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o congelamento dos valores. Mariana, que é estudante e menor de idade, alega que a medida a impede de custear despesas essenciais, como escola, moradia e cuidados com a saúde. Sua defesa argumenta que a decisão viola direitos fundamentais e não possui justificativa adequada, já que a adolescente não é alvo de nenhuma investigação.


O pedido foi formalizado pelo advogado Ricardo Freire Vasconcellos, que considera o bloqueio excessivo e injusto. De acordo com ele, a retenção dos recursos de Mariana não tem base legal, uma vez que a jovem foi reconhecida pela Polícia Federal como vítima, e não como participante de qualquer atividade ilícita. A petição destaca que a medida imposta pelo Supremo extrapola os limites da razoabilidade e coloca Mariana e sua mãe, Sandra Volf Pedro Terena, em uma situação financeira delicada, especialmente após o divórcio dos pais.

Em busca de sensibilizar os ministros da Corte, Mariana escreveu uma carta de próprio punho pedindo para ser ouvida e fazendo um apelo por justiça. No documento, entregue ao STF, ela reforça que não tem qualquer envolvimento nas acusações que levaram ao bloqueio e que a decisão tem causado um impacto severo em sua vida cotidiana. Sua defesa baseia o pedido em princípios constitucionais, no Estatuto da Criança e do Adolescente e em tratados internacionais, como a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, que garantem proteção especial a menores de idade.

O advogado solicita o desbloqueio total das contas da adolescente ou, pelo menos, a liberação de um valor emergencial de R$ 150 mil para cobrir despesas básicas. Entre os custos urgentes listados estão mensalidades escolares, aluguel e outros compromissos essenciais para sua subsistência.

O bloqueio das contas bancárias de Mariana foi determinado em março de 2023, depois que seu pai, Oswaldo Eustáquio, pediu doações a seus apoiadores utilizando a conta da filha. Alexandre de Moraes justificou a decisão argumentando que garantias individuais podem ser afastadas quando há risco de que sejam usadas para encobrir atividades ilícitas. Em sua decisão, o ministro afirmou que tais garantias "não podem ser utilizadas como um escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas". Para ele, a medida tem o objetivo de assegurar o cumprimento das investigações e evitar o uso indevido dos recursos da adolescente.

Na época da decisão, Oswaldo Eustáquio já enfrentava restrições judiciais no Brasil e, posteriormente, se refugiou na Espanha, onde pediu asilo político. O pedido de apoio financeiro feito pelo jornalista foi interpretado como uma tentativa de burlar as sanções impostas contra ele, levando ao bloqueio das contas de sua filha. A defesa da jovem argumenta, no entanto, que a medida prejudicou Mariana, que não tem relação com as investigações contra o pai, e que a situação financeira da família se agravou consideravelmente desde então.

Agora, o caso está nas mãos do STF, que deverá decidir se mantém o bloqueio ou se atende ao pedido da adolescente. A defesa espera uma resposta rápida, considerando que o impedimento de acesso aos recursos afeta diretamente sua qualidade de vida e bem-estar. Para os advogados de Mariana, a situação evidencia um excesso na aplicação da medida cautelar, que acabou penalizando uma menor de idade sem qualquer envolvimento nas acusações feitas contra o pai.

A decisão do Supremo será acompanhada de perto, tanto pelo meio jurídico quanto pela opinião pública, pois envolve questões sensíveis como os direitos de crianças e adolescentes, a legalidade de medidas judiciais e o impacto de decisões dessa natureza sobre terceiros. Enquanto aguarda um desfecho, Mariana segue enfrentando dificuldades financeiras e recorrendo à Justiça para reaver o acesso a seus recursos.