Globo entra em estado de alerta e cria nova diretoria especificamente para enfrentar a crise

Globo entra em estado de alerta e cria nova diretoria especificamente para enfrentar a crise

Brasil Unido


 A Rede Globo anunciou uma reestruturação interna com a criação de um novo núcleo estratégico para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças no cenário midiático e a queda de audiência. A executiva Mariana Mansur foi nomeada para liderar o Núcleo de Estratégia Corporativa e assumirá o cargo no dia 17 de fevereiro de 2025, reportando-se diretamente a Paulo Marinho, diretor-presidente do Grupo Globo. A iniciativa busca fortalecer a posição da emissora em um momento delicado, no qual a empresa tem perdido relevância frente ao avanço das plataformas digitais e mudanças no consumo de conteúdo audiovisual.


Nos últimos anos, a Globo vem enfrentando uma concorrência cada vez maior de serviços de streaming e redes sociais, que passaram a dominar a atenção do público, principalmente dos mais jovens. Diante desse cenário, a emissora precisou rever sua estrutura, buscando formas de se reinventar para manter sua influência no mercado de comunicação. A criação do novo núcleo, sob a liderança de Mansur, tem como objetivo mapear tendências e definir estratégias que permitam à empresa responder de maneira mais ágil às mudanças de comportamento do público e aos desafios econômicos que vêm impactando o setor.

A nomeação de Mariana Mansur reflete a necessidade da Globo de investir em lideranças que tenham expertise em inovação e gestão de crises. Formada em administração e com passagem por grandes empresas do ramo de tecnologia e mídia, Mansur é reconhecida por sua capacidade de implementar processos que impulsionam a modernização e a adaptação empresarial. Sua chegada à emissora indica um esforço da Globo para adotar uma abordagem mais dinâmica, alinhada às novas demandas do mercado.

Em comunicado oficial, Paulo Marinho destacou que a criação do Núcleo de Estratégia Corporativa é uma resposta às rápidas transformações da indústria de mídia e comunicação. Segundo ele, a evolução da estrutura organizacional da Globo visa garantir maior foco e agilidade na interpretação de cenários e na tomada de decisões estratégicas. A iniciativa busca reposicionar a empresa em um mercado cada vez mais competitivo, onde a inovação e a capacidade de adaptação são fundamentais para a sobrevivência.

A crise da Globo tem sido evidenciada não apenas pela queda de audiência, mas também por cortes de custos, demissões e mudanças em sua programação. A emissora tem enfrentado dificuldades para manter sua liderança no segmento televisivo, enquanto plataformas como Netflix, YouTube e TikTok continuam a conquistar uma fatia significativa do público. Além disso, a Globo vem sendo alvo de críticas por parte de setores que apontam um viés político em suas coberturas, o que tem afastado alguns telespectadores.

Diante desse contexto, a reestruturação interna e a aposta em um novo núcleo estratégico são vistas como tentativas da Globo de recuperar sua credibilidade e relevância. A emissora já vinha adotando algumas mudanças em sua grade de programação e na forma como distribui seu conteúdo, priorizando a digitalização e o fortalecimento de seu serviço de streaming, o Globoplay. A expectativa é que a nova diretoria contribua para acelerar esse processo e identificar oportunidades que permitam à empresa reverter a tendência de queda nos índices de audiência.

Especialistas do setor apontam que a Globo precisa ir além das mudanças estruturais e buscar uma renovação em sua abordagem editorial e comercial. A adaptação ao novo modelo de consumo de mídia passa pelo fortalecimento de sua presença digital, pela diversificação das fontes de receita e pela criação de conteúdos mais alinhados com as expectativas do público. A chegada de Mariana Mansur ao comando do Núcleo de Estratégia Corporativa é um passo nessa direção, mas a emissora ainda tem um longo caminho a percorrer para recuperar sua posição de destaque no mercado de comunicação.

A crise da Globo não é um caso isolado, mas sim parte de um movimento global de transformação na indústria da mídia. Grandes redes de televisão ao redor do mundo vêm enfrentando desafios semelhantes, tendo que se reinventar para sobreviver à ascensão das novas plataformas digitais. O desafio da Globo agora é encontrar um modelo sustentável que permita sua permanência como uma das principais referências em comunicação no Brasil.

O sucesso da nova estratégia dependerá da capacidade da emissora de compreender as mudanças no comportamento do público e de adotar soluções inovadoras que garantam sua competitividade. A nomeação de Mariana Mansur é um indicativo de que a Globo está disposta a investir nessa transformação, mas o resultado só será conhecido ao longo dos próximos meses. Se a emissora conseguirá reverter sua crise e recuperar sua relevância, ainda é uma incógnita. O que está claro, no entanto, é que a empresa precisa agir rapidamente para evitar uma perda ainda maior de espaço no mercado.
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