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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à tentativa da oposição de flexibilizar a Lei da Ficha Limpa, com o objetivo de permitir que o ex-presidente Jair Bolsonaro se candidate novamente ao cargo de presidente em 2026. De acordo com Lula, caso Bolsonaro consiga ser liberado pela Justiça Eleitoral, ele será derrotado novamente nas urnas, assim como aconteceu em 2022. O petista foi questionado sobre o Projeto de Lei (PL) que visa modificar a Lei da Ficha Limpa, apresentado pelo deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), que reduziria o período de inelegibilidade de oito para dois anos no caso de condenação, além de redefinir a contagem do prazo de inelegibilidade a partir da eleição em que ocorreu o crime.
Lula aproveitou a oportunidade para ironizar a movimentação dos bolsonaristas em torno da proposta de anistia, observando que aqueles que tentam garantir a liberdade de Bolsonaro antes mesmo do término do processo estão, na verdade, se “autocondenando”. Em suas declarações, o presidente disse que a Justiça deve assegurar o direito de defesa, como foi concedido a ele no passado, mas afirmou que, se o ex-presidente Bolsonaro for autorizado a concorrer, não terá sucesso. "Se for comigo, vai perder outra vez. Não há possibilidade de a mentira ganhar uma eleição neste país", destacou Lula, relembrando sua vitória nas urnas em 2022.
Lula também criticou a atuação de Bolsonaro e seus aliados durante os últimos meses de seu governo, especialmente em relação aos eventos que culminaram na tentativa de golpe em 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O presidente afirmou que quem tentou dar um golpe, incluindo aqueles que planejaram atentados contra ele, o vice-presidente e membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não deveria ser absolvido. Lula fez uma comparação com os tempos da ditadura militar, dizendo que, por menos do que foi feito por Bolsonaro e seus aliados, muitas pessoas no Partido Comunista foram presas ou mortas.
O PL da Anistia, que busca dar anistia a Bolsonaro antes do julgamento completo de suas ações, segue gerando polêmica, com muitos membros da oposição tentando utilizar o projeto como forma de aliviar a situação do ex-presidente. No entanto, o petista não poupou críticas, considerando essa tentativa como uma estratégia para limpar a imagem de Bolsonaro, que ainda enfrenta questões legais desde o fim de seu mandato.
Além disso, o projeto que altera a Lei da Ficha Limpa, que atualmente impede a candidatura de políticos condenados por crimes graves, está em andamento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O relator do projeto é o deputado Filipe Barros (PL-PR), um nome alinhado com a oposição, que já foi líder da oposição na Câmara. A proposta visa reduzir a inelegibilidade para dois anos, uma medida que, segundo os opositores, é uma forma de possibilitar a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2026.
Por outro lado, o governo de Lula continua a monitorar essas mudanças legislativas com preocupação, especialmente considerando que a alteração da Lei da Ficha Limpa poderia ser vista como uma tentativa de burlar o processo judicial que Bolsonaro ainda enfrenta no TSE. A proposta, que ainda precisa passar por votação e análise em outras comissões, tem gerado bastante debate dentro do Congresso.
Em suas declarações, Lula também enfatizou que, para ele, não seria surpresa ver a oposição tentando utilizar a legislação de forma a beneficiar Bolsonaro, mas reiterou que os eleitores de 2026, assim como em 2022, não se deixariam enganar por mentiras. "A Justiça está fazendo seu papel. Se Bolsonaro quiser concorrer, que concorra, mas eu acredito que ele vai perder novamente", disse Lula, deixando claro que, para ele, as eleições de 2026 serão uma continuação da disputa de 2022.
Essas declarações geraram uma série de reações nos bastidores políticos, com aliados de Bolsonaro reagindo a cada novo comentário de Lula. Para os bolsonaristas, a luta pela candidatura de Bolsonaro não está perdida e eles continuam defendendo que a anistia e a revisão da Lei da Ficha Limpa são caminhos possíveis para garantir o direito do ex-presidente de concorrer novamente. No entanto, o cenário político segue tenso, com as perspectivas para as eleições de 2026 ainda incertas e a disputa entre as duas figuras dominando a cena política brasileira.