Durante uma entrevista concedida a uma rádio do Amapá nesta quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou mais um episódio que levantou questionamentos sobre sua lucidez e conhecimento geográfico. Ao comentar sobre a COP30, evento internacional sobre mudanças climáticas que acontecerá em Belém, no Pará, Lula afirmou que o Amapá será um "estado exemplo de preservação ambiental" e declarou que "Macapá possivelmente seja o estado brasileiro com menos desmatamento neste instante".
A declaração rapidamente repercutiu, pois Macapá não é um estado, mas a capital do Amapá. O erro geográfico foi interpretado por muitos como mais um sinal do que parece ser uma crescente confusão mental do presidente, que completa 80 anos este ano e já anunciou sua intenção de concorrer à reeleição em 2026, quando terá 81 anos.
Nos últimos tempos, diversas falas e atitudes de Lula têm sido analisadas sob a ótica de um possível declínio cognitivo. A situação se agravou após um acidente no banheiro, ocorrido há alguns meses, que resultou em uma queda e levantou especulações sobre as consequências para sua saúde. Aliados tentam minimizar as preocupações, mas opositores têm usado episódios como o da entrevista para reforçar a narrativa de que o presidente já não tem a mesma clareza mental do passado.
A confusão de Lula se soma a outras gafes que vêm marcando seu terceiro mandato. Em discursos recentes, ele já demonstrou lapsos de memória, dificuldade para concluir raciocínios e momentos de desorientação. Esse comportamento não passou despercebido por analistas políticos, que fazem paralelos com a situação vivida por Joe Biden nos Estados Unidos.
Biden, que completou 81 anos no ano passado, enfrentou questionamentos semelhantes sobre sua capacidade de governar. O presidente americano, apesar das tentativas de demonstrar vigor e controle da situação, desistiu de disputar um segundo mandato, pressionado tanto pela oposição quanto por setores de seu próprio partido. A decisão foi tomada mesmo sem que ele tenha sofrido quedas graves ou apresentasse sinais tão evidentes de confusão quanto os que Lula tem demonstrado.
Com a eleição de 2026 se aproximando, a condição de Lula será um tema inevitável nos debates políticos. O petista, que já governou o Brasil por dois mandatos entre 2003 e 2010 e retornou ao poder em 2023, enfrenta um cenário desafiador. Além das questões econômicas e da resistência de parte do eleitorado, sua idade e saúde devem se tornar pontos centrais da disputa.
Se por um lado Lula ainda mantém forte apoio entre setores da esquerda e possui uma base fiel, por outro, os erros constantes e a percepção de um desgaste mental podem pesar contra sua candidatura. A comparação com Biden reforça essa preocupação, pois nos Estados Unidos a idade do presidente foi um fator determinante para sua desistência, mesmo com a tradição americana de reeleição de presidentes no cargo.
Os próximos meses serão decisivos para medir o impacto dessas falhas de Lula na percepção do público e na confiança de seus aliados. Enquanto isso, episódios como a confusão entre estado e cidade apenas alimentam o debate sobre até que ponto ele está preparado para seguir governando e, mais ainda, se tem condições de disputar mais uma eleição e enfrentar um novo mandato até 2030.