Sem medo de nada, Xandão quadruplica a aposta e multa X em 8 milhões

Sem medo de nada, Xandão quadruplica a aposta e multa X em 8 milhões

Brasil Unido


 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou uma multa milionária à empresa X por descumprir uma ordem judicial relacionada à entrega de dados cadastrais de um perfil na plataforma atribuído ao jornalista Allan dos Santos. A solicitação para a obtenção dessas informações ocorreu no âmbito de um inquérito instaurado em julho do ano passado.


Além de exigir os dados, Moraes determinou o bloqueio da conta, medida que foi cumprida pela plataforma. No entanto, a empresa de Elon Musk não enviou as informações requeridas, justificando que suas operadoras não coletam dados cadastrais dos usuários. O descumprimento da ordem judicial resultou na imposição de uma multa diária de R$ 100 mil.

Em outubro, Moraes determinou que a Secretaria Judiciária do tribunal realizasse o cálculo do valor total da penalidade, que chegou a R$ 8,1 milhões. O X Brasil tentou recorrer da decisão, mas o pedido foi negado pelo ministro, que manteve a penalidade e ordenou o pagamento imediato do montante devido. A decisão foi assinada na quarta-feira (19), reforçando a obrigação da empresa em cumprir com as determinações do STF.

O embate entre a plataforma e a Justiça brasileira levanta questões sobre a privacidade dos usuários e a responsabilidade das redes sociais no cumprimento de ordens judiciais. A empresa X argumenta que não possui os dados requisitados, o que gera um impasse sobre a aplicabilidade da decisão e a efetividade da penalidade. Por outro lado, Moraes sustenta que a rede social tem a obrigação de fornecer informações que possam auxiliar nas investigações, especialmente em casos que envolvem segurança pública e possíveis ilícitos.

O caso de Allan dos Santos se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre o uso de redes sociais para a disseminação de desinformação e ataques contra instituições democráticas. O jornalista, que já teve contas suspensas anteriormente por determinação judicial, é alvo de apurações sobre a propagação de conteúdos considerados ilegais. A recusa da empresa X em atender à solicitação judicial reforça o embate entre plataformas digitais e autoridades governamentais sobre o alcance de suas responsabilidades legais.

A decisão de Moraes se soma a uma série de medidas adotadas pelo STF para garantir o cumprimento das leis brasileiras por parte de empresas de tecnologia. A imposição de multas milionárias e a exigência de colaboração com investigações judiciais sinalizam uma postura firme do Judiciário em relação ao controle de conteúdos na internet e à transparência das plataformas sobre seus usuários.

Especialistas apontam que a resistência da empresa X pode ser interpretada como parte de uma estratégia para evitar a criação de precedentes que obriguem redes sociais a fornecerem dados de usuários a governos de diferentes países. No entanto, o descumprimento das normas locais pode acarretar sanções ainda mais severas e comprometer a atuação da empresa no Brasil.

Enquanto a empresa X avalia seus próximos passos, o Supremo Tribunal Federal segue atento às questões que envolvem a regulamentação do ambiente digital e a necessidade de equilibrar a privacidade dos usuários com o dever das plataformas de colaborar com as autoridades. O desfecho desse embate poderá influenciar futuras decisões sobre a atuação das redes sociais no país e seu nível de comprometimento com as leis brasileiras.