A Meta, empresa responsável pelas plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp, iniciou uma nova rodada de demissões em massa nesta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, que pode afetar cerca de 3.600 funcionários em diversas partes do mundo. A informação foi divulgada pelo site Business Insider, que também detalhou que as notificações já começaram a ser enviadas a colaboradores nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com exceção de alguns países europeus onde regulamentações mais rígidas podem impedir os cortes.
O processo de demissões não chega a ser uma surpresa, já que, na sexta-feira anterior, 7 de fevereiro, a agência Reuters havia antecipado a medida ao citar um memorando interno da Meta, assinado por Janelle Gale, chefe de pessoal da empresa, que confirmava a onda de cortes programados para esta semana. Segundo o memorando, os demitidos serão selecionados com base no desempenho, uma estratégia que já havia sido mencionada por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, em janeiro deste ano.
No início de 2025, Zuckerberg havia anunciado que a Meta planejava demitir cerca de 5% de sua força de trabalho global, o que equivale a aproximadamente 3.600 pessoas, considerando os cerca de 72 mil colaboradores que a empresa possui mundialmente. A medida foi tomada no intuito de reduzir custos e tornar a empresa mais eficiente, com um foco maior naqueles classificados como “funcionários de menor desempenho”. A Meta, no entanto, já informou que algumas das posições que serão cortadas poderão ser preenchidas posteriormente, com a contratação de novos profissionais.
Além dos cortes, a Meta anunciou que continuará investindo em áreas específicas, como a contratação de engenheiros especializados em aprendizado de máquina (machine learning), função estratégica para a empresa no futuro. O vice-presidente de Engenharia para Monetização, Peng Fan, mencionou em outro memorando interno que a empresa adotará um processo de “contratação acelerada” entre 11 de fevereiro e 13 de março para preencher essas vagas críticas.
Em relação à operação da Meta na Europa, as demissões não afetarão trabalhadores de países como Alemanha, França, Itália e Holanda, onde as leis locais impõem regras mais rígidas para demissões em massa. Assim, esses países devem ficar fora da lista de cortes que estão sendo realizados nesta fase. Já as notificações para os demitidos em países da Europa, Ásia e África serão feitas entre os dias 11 e 18 de fevereiro.
Embora a Meta tenha se recusado a comentar os detalhes do processo de demissão, a empresa declarou que está focada em melhorar a sua eficiência interna e a continuar evoluindo, com uma maior priorização de áreas que envolvem tecnologia avançada e produtos relacionados ao futuro digital. A Meta já enfrentava dificuldades no ano passado com a redução de receita em algumas de suas plataformas e a crescente pressão competitiva de outras empresas de tecnologia, como o TikTok. A medida de cortar funcionários e reestruturar certas áreas é vista como uma tentativa de dar maior foco à inovação e à produtividade em um mercado cada vez mais dinâmico e desafiador.
Além disso, a Meta está tentando adaptar-se às novas demandas de um mercado mais atento à privacidade e à regulamentação digital, especialmente após o escândalo de dados de 2018, que afetou a reputação da empresa. A gestão de dados e a transparência se tornaram áreas-chave para a empresa, que tenta recuperar a confiança dos usuários e governos ao redor do mundo.
A medida de demissões vem acompanhada de incertezas para muitos funcionários da Meta, que se encontram no limbo enquanto aguardam as notificações. Para os demitidos, a empresa oferece pacotes de rescisão e apoio em processos de recolocação profissional, mas o clima interno é tenso, com muitos colaboradores demonstrando preocupação com o futuro da empresa e da indústria de tecnologia como um todo.
Os próximos dias serão decisivos para entender como a Meta continuará a navegar por essa reestruturação interna e qual será o impacto a longo prazo em sua força de trabalho e operações globais. O foco agora parece estar na adaptação rápida às novas exigências do mercado e na alocação de recursos para áreas que prometem trazer inovações no campo da inteligência artificial, monetização e outras tecnologias emergentes.
Por ora, a Meta se mantém em silêncio sobre os detalhes específicos das demissões no Brasil e em outros países da América Latina. Os trabalhadores dessas regiões ainda aguardam mais informações, enquanto a empresa continua sua reestruturação global.