Uma pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (18), trouxe à tona um cenário surpreendente para as eleições presidenciais de 2026, especialmente no que diz respeito ao desempenho de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e possível candidata do PL. A pesquisa analisou diversas possíveis disputas, levando em consideração a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que deixa o cenário político mais aberto para outros nomes da direita e centro-direita.
No levantamento, ficou claro que, se o pleito de 2026 fosse realizado sem a presença de Jair Bolsonaro como candidato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ainda seria um nome com ampla vantagem no primeiro turno, ultrapassando muitos possíveis adversários de direita e centro-direita, incluindo Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. No entanto, o cenário muda de forma interessante quando se trata do segundo turno.
Ao analisar o segundo turno, a pesquisa revelou um dado surpreendente: Michelle Bolsonaro aparece empatada tecnicamente com o ex-presidente Lula. De acordo com os números, enquanto Michelle alcançaria 42,9% das intenções de voto, Lula ficaria com 40,9%, o que resulta em uma diferença de apenas 2 pontos percentuais, dentro da margem de erro do levantamento, que é de 2,2 pontos para mais ou para menos.
Esse resultado demonstra que, em uma disputa direta entre Michelle e Lula, as chances de vitória seriam bem equilibradas, com o ex-presidente petista mantendo uma pequena vantagem, mas em um cenário bastante competitivo. O levantamento sugere que Michelle, com seu perfil de ex-primeira-dama e figura política ligada a Jair Bolsonaro, tem conseguido cativar uma base significativa de apoio entre os eleitores da direita. Sua ascensão no cenário político é vista como uma resposta ao desejo de continuidade da agenda bolsonarista, mas com um perfil mais moderado e palatável para um público mais amplo.
O desempenho de Michelle Bolsonaro nesta pesquisa contrasta com o de outros nomes do campo político da direita. O governador Tarcísio de Freitas, por exemplo, também foi testado nas simulações de segundo turno, mas ficou atrás de Lula. A pesquisa indicou que, no segundo turno, Lula teria uma vantagem confortável sobre o governador paulista, o que levanta questões sobre a competitividade do nome de Tarcísio nas eleições presidenciais de 2026.
O desempenho de Michelle, por outro lado, reflete um movimento crescente de identificação com o eleitorado que deseja uma alternativa à polarização que caracterizou as últimas eleições presidenciais. Com uma trajetória política em ascensão e um discurso focado em temas como família e valores conservadores, ela tem se posicionado como uma figura importante para a direita, mesmo sem a presença de Jair Bolsonaro.
No entanto, a pesquisa também destaca a liderança do ex-presidente Lula em diversas simulações. Embora a diferença de votos entre ele e outros nomes da direita seja pequena, ela existe e é relevante. Isso indica que, apesar de sua popularidade ser menor em comparação com a época de seu governo, o ex-presidente ainda goza de grande apoio entre os eleitores, especialmente no Nordeste e entre as classes mais baixas, onde sua imagem continua sendo associada a avanços sociais e conquistas em áreas como saúde e educação.
Em meio a esse cenário, a disputa pelo segundo turno de 2026 pode se tornar uma das mais disputadas da história recente do Brasil, com figuras como Michelle Bolsonaro e Lula polarizando a eleição de forma acentuada. No entanto, muito ainda pode mudar nos próximos meses, e novas pesquisas poderão alterar o quadro atual. Além disso, o cenário político é sempre imprevisível, com fatores como alianças partidárias, alianças regionais e eventos inesperados influenciando as decisões dos eleitores.
O levantamento realizado pelo Paraná Pesquisas, embora não forneça uma previsão definitiva, deixa claro que a eleição de 2026 será marcada por uma ampla diversidade de opções para o eleitorado, com a direita tentando encontrar uma alternativa viável ao nome de Lula, enquanto o ex-presidente continua sendo uma figura central no campo político da esquerda.