Eduardo Bolsonaro publica meme de Moraes: “O Estado sou eu”

Eduardo Bolsonaro publica meme de Moraes: “O Estado sou eu”

Brasil Unido


O Meme Que Sacudiu a República


Na tarde deste domingo (2), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu seus seguidores ao compartilhar uma imagem que rapidamente incendiou o debate político. A publicação trazia o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, representado como Luís XIV, o icônico rei absolutista francês. Na legenda, a frase provocativa: "L'État c'est moi", ou "O Estado sou eu", reforçava o tom irônico da crítica.


O gesto do parlamentar gerou reações imediatas. Enquanto aliados aplaudiram a ousadia da publicação, setores da esquerda viram na imagem um ataque direto às instituições democráticas. No centro dessa polêmica, surge um dilema: até onde vai o direito à liberdade de expressão diante do poder de Estado?


O Começo da Caçada: O Ministro Reage


Poucas horas após a postagem, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma análise urgente sobre a possibilidade de apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro. O pedido, que ainda não foi oficializado, sinaliza uma escalada na tensão entre o STF e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


A justificativa para a medida estaria relacionada às movimentações do deputado nos Estados Unidos, onde ele teria buscado apoio para sanções contra Moraes. O parlamentar se reuniu com congressistas norte-americanos e comemorou a aprovação de um projeto de lei que proíbe a entrada do ministro no país.


Para Moraes, tais ações configurariam uma tentativa de subverter a soberania nacional, utilizando uma potência estrangeira para retaliar decisões do Supremo. O pedido de apreensão do passaporte, portanto, poderia ser apenas a primeira de uma série de medidas contra Eduardo Bolsonaro.


Acusações de Conspiração Internacional


O estopim dessa crise se deu quando Lindbergh Farias (PT-RJ) denunciou Eduardo Bolsonaro por supostamente ter articulado punições contra Alexandre de Moraes em território norte-americano. Segundo o petista, o parlamentar do PL estaria usando suas conexões com a direita dos EUA para enfraquecer o Judiciário brasileiro.


A polêmica cresceu após o Congresso dos Estados Unidos aprovar um projeto chamado No Censors on our Shores Act (Sem Censores nas Nossas Fronteiras), que, se sancionado, proibirá a entrada de Moraes no país. O texto ainda precisa passar pelo plenário da Câmara e pelo Senado norte-americano, mas já representa uma afronta sem precedentes a um ministro do STF.


Para opositores do bolsonarismo, essa iniciativa pode ser interpretada como um risco à segurança jurídica do Brasil, expondo a soberania nacional a interferências externas. Parlamentares de esquerda defendem que Eduardo Bolsonaro seja investigado por possível “traição aos interesses do país”.


O Futuro de Eduardo Bolsonaro Está em Jogo?


Se o ministro Moraes decidir avançar com medidas mais drásticas, o Brasil pode testemunhar um cenário inédito: a retenção de um passaporte parlamentar por ordem do STF. Esse movimento poderia gerar repercussões internacionais e reacender debates sobre o ativismo judicial no país.


O próprio Eduardo Bolsonaro, por sua vez, tem reagido com ironia às acusações. Em novas postagens nas redes sociais, o deputado compartilhou mensagens de apoio e reafirmou sua posição contra a censura e o que chama de “autoritarismo jurídico”.


O embate promete se intensificar nos próximos dias. Com o Congresso dividido e a opinião pública polarizada, a grande questão é: até onde essa guerra entre poderes pode ir? Enquanto Brasília assiste a mais um capítulo desse embate, uma pergunta paira no ar: quem, afinal, controla o Estado?

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