“Governo Lula é retrocesso e é pró-crime”, afirma Sergio Moro

“Governo Lula é retrocesso e é pró-crime”, afirma Sergio Moro

Brasil Unido
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Um Corte Inesperado


A recente decisão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de romper acordos de cooperação com a Polícia Federal (PF) e com Ministérios Públicos estaduais pegou muitos de surpresa. O anúncio, feito pelo diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, gerou forte repercussão no meio político e entre especialistas em segurança pública. A justificativa oficial fala em "fragilidade jurídica", mas os desdobramentos sugerem que o impacto pode ir além das questões legais.


A medida interrompe a participação da PRF nos Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco’s), do Ministério Público, e nas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco’s), da PF. Na prática, isso significa que agentes especializados nessas operações deverão retornar às suas unidades de origem, desarticulando equipes que já operavam de forma integrada.


Diante dessa decisão, surgem perguntas inquietantes: por que agora? Quem ganha e quem perde com essa mudança?


Reação no Senado: Moro Fala em “Retrocesso”


Entre os primeiros a reagir publicamente à medida esteve o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato utilizou sua conta na rede X para criticar duramente o governo e prometer ações no Senado.

 

“Vamos convocar o Ministro da Justiça e Segurança Pública na Comissão de Segurança do Senado para explicar o motivo pelo qual desperdiça o potencial da PRF e adota políticas para facilitar a vida do crime organizado. Governo Lula é retrocesso e é pró-crime.” – declarou Moro.


A declaração incendiou os debates políticos. Aliados do governo rapidamente saíram em defesa da decisão, argumentando que o rompimento das parcerias era necessário para evitar questionamentos jurídicos no futuro. No entanto, críticos apontam que essa mudança pode enfraquecer significativamente o combate ao crime organizado.


Os Bastidores da Decisão


Nos corredores de Brasília, especula-se que a decisão da PRF tenha sido influenciada por pressões políticas. Alguns analistas sugerem que o governo busca uma maior centralização do controle das operações de segurança, reduzindo a autonomia de forças como a PRF.


Outro ponto de tensão envolve os interesses de grupos dentro da própria PRF. Há quem veja a medida como um realinhamento estratégico, enquanto outros consideram um retrocesso no modelo de integração entre as forças de segurança.


Fontes ligadas ao Ministério da Justiça indicam que a decisão teria sido discutida internamente há semanas, mas só agora foi oficializada. Há, no entanto, o temor de que essa mudança acabe beneficiando facções criminosas, que podem se aproveitar da desarticulação dessas operações conjuntas.


O Futuro da Segurança Pública


Diante do cenário de insegurança crescente no país, a decisão levanta preocupações sobre os próximos passos na política de combate ao crime organizado. Para especialistas, a interrupção das parcerias pode resultar em um enfraquecimento das investigações e no aumento da criminalidade.


A PRF sempre teve um papel estratégico na repressão ao tráfico de drogas e armas nas rodovias federais. Com o rompimento dos acordos, muitas dessas operações podem ficar comprometidas, abrindo espaço para um aumento das atividades ilícitas.


A convocação do ministro Ricardo Lewandowski pelo Senado deve ser um momento chave para entender melhor as intenções por trás dessa decisão. A expectativa é que o governo apresente justificativas mais detalhadas e esclareça qual será o novo modelo de atuação da PRF.


Enquanto isso, a oposição promete continuar pressionando. Para Moro e outros senadores contrários à medida, essa mudança representa uma clara tentativa de desmobilizar ações contra o crime organizado.


O Que Esperar?


A questão agora é saber se o governo está disposto a reconsiderar a decisão ou se manterá sua posição. O embate entre oposição e base governista no Senado promete ser intenso, com discussões que podem se estender por semanas.


Independentemente do desfecho, uma coisa é certa: a decisão da PRF abriu um novo capítulo na política de segurança pública no Brasil. Se será um avanço ou um retrocesso, só o tempo dirá.

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May 13, 2025