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O Pedido Rejeitado
Na tarde desta sexta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa do general Braga Netto para ampliar o prazo de resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga o suposto golpe de Estado. O prazo inicial de 15 dias concedido por Moraes foi questionado pelos advogados do militar, que solicitaram um período dobrado de 30 dias para analisar o material.
O motivo? A defesa alegou que o volume de arquivos a ser examinado é massivo: cerca de 70 gigabytes e 1.400 documentos. Além disso, os advogados afirmam que não tiveram acesso integral à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, peça-chave da investigação.
Moraes, no entanto, não cedeu à solicitação. "Mais uma vez, não assiste razão à defesa, que, parece, não ter consultado os autos", afirmou o ministro em sua decisão.
O Que Está Escondido nos Arquivos?
O volume de provas e documentos mencionados pelos advogados de Braga Netto levanta questionamentos sobre o que realmente está nesses arquivos. O material, que aparentemente contém elementos cruciais da investigação, pode ser determinante para o desfecho do caso.
Entre os elementos em análise, a delação de Mauro Cid se destaca como um fator de tensão. O ex-ajudante de ordens tem colaborado com as investigações, fornecendo informações detalhadas sobre os bastidores do suposto plano golpista. A defesa de Braga Netto alega que só poderá se manifestar adequadamente após acessar todo o conteúdo da delação.
Entretanto, Moraes sustentou que a equipe jurídica do general já possui acesso suficiente às provas documentadas na investigação. O ministro reafirmou que não há justificativa para um prazo estendido, uma vez que os elementos essenciais da denúncia já estão disponíveis para consulta.
Uma Estratégia de Defesa ou Tentativa de Adiamento?
A solicitação da defesa pode ser vista sob diferentes perspectivas. Por um lado, advogados alegam que a quantidade de material torna impossível uma análise adequada em apenas 15 dias. Por outro, críticos apontam que pedidos como esse podem ser uma estratégia para ganhar tempo e adiar a manifestação formal no processo.
Especialistas avaliam que o indeferimento de Moraes mantém o ritmo da investigação, evitando que o caso se arraste por tempo indefinido. A defesa, no entanto, pode recorrer a outros meios jurídicos para contestar a decisão.
Outro ponto de atenção é o fato de que a defesa de Braga Netto queria se manifestar apenas após a defesa de Mauro Cid. Essa postura pode indicar que os advogados do general estão aguardando para alinhar a estratégia jurídica com base nas informações que serão apresentadas por Cid.
O Peso da Delação de Mauro Cid
A colaboração de Mauro Cid tem sido um dos pilares da investigação sobre a tentativa de golpe. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro entregou mensagens, áudios e documentos que podem comprovar a existência de um plano para manter Bolsonaro no poder de forma ilegal.
Os advogados de Braga Netto temem que os relatos de Cid comprometam ainda mais seu cliente. Se a delação trouxer detalhes contundentes sobre o suposto envolvimento do general, a defesa poderá precisar reformular sua estratégia e adotar um tom mais cauteloso na resposta à denúncia.
O Que Pode Acontecer Agora?
Com a decisão de Alexandre de Moraes, a defesa de Braga Netto terá que apresentar sua manifestação até 7 de março. Isso significa que os advogados terão que acelerar a análise dos documentos e elaborar um posicionamento sólido dentro do prazo determinado.
Se a defesa insistir na necessidade de mais tempo, poderá apresentar novos recursos ao STF, mas a tendência é que a Corte mantenha o prazo já estabelecido.
Enquanto isso, o avanço da investigação e novos desdobramentos da delação de Mauro Cid podem mudar completamente o cenário para Braga Netto e outros envolvidos no inquérito.
O que será revelado nos próximos dias? Essa é a grande incógnita que paira sobre o caso.