Moro lança “projeto Janones”

Moro lança “projeto Janones”

Brasil Unido


 Escândalo Político: Deputados Confessam Crimes e Seguem no Cargo


Um Absurdo Inaceitável


A política brasileira foi novamente sacudida por um escândalo de corrupção. O deputado federal André Janones confessou o cometimento de um crime, mas, surpreendentemente, continua exercendo seu mandato como se nada tivesse acontecido. A situação gerou revolta entre parlamentares e a sociedade, que questionam como um representante do povo pode seguir no cargo após admitir ter violado a lei.


Mas Janones não é o único caso recente. O deputado estadual do Paraná, Ademar Traiano, também admitiu ter recebido propina e, mesmo fechando um acordo para encerrar o caso, permanece no cargo. O que impede a punição efetiva de políticos que confessam crimes? Por que continuam ocupando posições de poder e influência?


A Brecha Legal Que Permite a Impunidade


No Brasil, há um mecanismo chamado acordo de não persecução penal (ANPP), que permite que pessoas acusadas de determinados crimes façam um acordo com o Ministério Público para evitar o processo judicial. Em troca, o investigado precisa cumprir algumas condições, como o pagamento de multa ou a prestação de serviços comunitários.


Na prática, isso significa que um político pode admitir um crime, assinar um acordo para encerrar o caso e continuar no mandato, sem qualquer impacto em sua função pública. O sistema jurídico atual não exige que um parlamentar renuncie ao cargo ou fique impedido de exercer funções públicas após um acordo desse tipo.


Esse cenário gera indignação e reforça a percepção de que há um abismo entre a justiça aplicada ao cidadão comum e a aplicada à classe política. Afinal, um trabalhador que comete um crime pode perder o emprego e sofrer diversas consequências legais, enquanto um parlamentar pode simplesmente continuar legislando.


Moro Quer Fechar Essa Porta


O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) decidiu agir contra essa situação e protocolou um projeto no Senado para acabar com essa brecha na lei. Segundo ele, “quem comete crime viola a confiança dos representados. Pode se livrar do processo por meio de acordo, mas não pode ficar no mandato”.


O projeto de Moro propõe que qualquer agente público, incluindo parlamentares, que feche um acordo de não persecução penal seja obrigado a renunciar ao cargo e fique proibido de exercer funções públicas por cinco anos.


A proposta ainda precisa passar por comissões no Senado antes de ser votada, mas já gera debates acalorados. Políticos contrários à medida argumentam que ela pode ser usada para perseguições políticas, enquanto apoiadores dizem que a regra é uma necessidade para restaurar a moralidade na política brasileira.


Casos Como Janones e Traiano Vão se Repetir?


A situação de André Janones e Ademar Traiano levanta um alerta para possíveis novos casos no futuro. Se a legislação não mudar, outros políticos podem seguir o mesmo caminho: admitir crimes, fazer acordos para evitar punições e continuar exercendo seus mandatos como se nada tivesse acontecido.


A indignação popular cresce à medida que casos como esses se acumulam. A pergunta que fica é: até quando o Brasil aceitará essa lógica de impunidade? Se o projeto de Moro avançar, essa realidade pode mudar. Mas, se for engavetado ou modificado para favorecer os próprios parlamentares, a prática pode se tornar ainda mais comum.


O debate está aberto. O Congresso terá coragem de aprovar uma regra que pode atingir seus próprios membros? A sociedade seguirá tolerando que políticos confessem crimes e continuem legislando? Essas respostas definirão o futuro da política brasileira.
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