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IMPEACHMENT À VISTA? O FUTURO INCERTO DE PAULO GONET
A tempestade se forma: um pedido explosivo
Na madrugada desta terça-feira (11), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) deu início a uma movimentação que pode sacudir os alicerces do poder em Brasília. Ele anunciou o protocolo de um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet, alegando omissões, distorções e violações de princípios fundamentais do direito. O pedido será oficialmente apresentado na quarta-feira (12), em um ato que promete marcar um novo capítulo no embate entre Legislativo e Judiciário.
Em suas declarações, Girão não poupou críticas à atuação de Gonet, especialmente no que se refere ao tratamento dispensado ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador citou as denúncias de coação e as supostas manobras que teriam sido utilizadas para obter depoimentos de interesse da Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Quero convidar os senadores da República que quiserem para assinar o apoiamento desse pedido de impeachment. Vamos fazer uma coletiva, na quarta-feira, na frente da Presidência do Senado. Porque todo mundo viu aquelas cenas dantescas, quase que de uma tortura psicológica, de coação, do Mauro Cid", declarou Girão, deixando claro que a pressão política sobre Gonet está longe de diminuir.
Manifestações à vista: o povo nas ruas
O senador também convocou a população para participar de manifestações que ocorrerão no dia 16 de março em diversas cidades do país. Segundo ele, os atos devem ser pacíficos e servirão para demonstrar a insatisfação popular com a atuação do governo e do Judiciário.
A expectativa é de que parlamentares e figuras públicas se juntem aos protestos, reforçando a pressão sobre as instituições. Girão ressaltou que o direito à livre manifestação deve ser garantido e afirmou que os atos terão caráter pacífico.
Nos bastidores, aliados do senador já articulam a presença de políticos e líderes conservadores nos protestos, na tentativa de ampliar o alcance da mobilização e transformar a insatisfação em um movimento de maior impacto político.
Gastos extravagantes: o STF no centro das críticas
Além da questão do impeachment, Eduardo Girão voltou a atacar os altos gastos do Judiciário, citando exemplos que causaram indignação em parte da população.
Dentre os pontos mais controversos mencionados pelo senador, estão:
A compra de gravatas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a um custo de R$ 384 cada;
A aquisição de 50 iPhones 16 Pro Max para desembargadores, somando R$ 500 mil;
A aprovação de uma indenização de R$ 234 milhões para juízes na Paraíba em apenas 24 segundos.
Segundo Girão, esses gastos evidenciam o que ele considera um descontrole financeiro do Judiciário, especialmente quando comparado a outras nações. Ele destacou que o STF custou 39% a mais do que a realeza britânica em 2024, uma comparação que gerou ainda mais repercussão.
"Tem matérias que mostram que o STF custou 39% mais que a realeza britânica no ano de 2024. E a gente sabe que a realeza britânica tem custos estratosféricos, com barco, com avião. (...) O STF teve um orçamento de R$ 897 milhões, quase R$ 1 bilhão", afirmou.
O cenário político: o que esperar?
O pedido de impeachment de Paulo Gonet chega em um momento de alta tensão entre os poderes. Enquanto aliados do governo minimizam as acusações e tentam evitar o avanço da pauta, oposicionistas enxergam a iniciativa como um divisor de águas na relação entre Senado e Judiciário.
Nos corredores de Brasília, especula-se sobre a real viabilidade do impeachment, já que a PGR possui forte influência política e jurídica. Para que a proposta prospere, será necessário um amplo apoio dentro do Senado, algo que ainda não está garantido.
Além disso, a mobilização popular do dia 16 poderá ser um termômetro para medir a insatisfação da sociedade com a atuação de Gonet e do STF. Caso os protestos ganhem força, a pressão sobre os senadores poderá aumentar significativamente.
Conclusão: um jogo ainda em aberto
O pedido de impeachment de Paulo Gonet é apenas o primeiro passo de uma longa batalha política que se desenha no horizonte. A articulação de Girão e seus aliados pode resultar em um embate direto com a PGR, enquanto a reação do Senado e da população ainda é uma incógnita.
O que está claro é que o cenário político brasileiro segue turbulento, e os próximos dias prometem trazer ainda mais reviravoltas. O desfecho dessa crise ainda é incerto, mas uma coisa é certa: os holofotes estarão voltados para Brasília nos próximos dias.