Lula tenta imitar movimento de acrobatas em evento na França

Política

Durante sua visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizou um momento inusitado e descontraído durante a abertura de uma exposição de arte em Paris. A ocasião marcou o início da mostra “Nosso Barco Tambor Terra”, assinada pelo renomado artista brasileiro Ernesto Neto, dentro da programação do “Ano do Brasil na França 2025”, que celebra dois séculos de relações diplomáticas entre os dois países.

Uma cena inesperada durante a performance

Acompanhado por figuras de destaque como o presidente francês Emmanuel Macron, a primeira-dama Brigitte Macron, e sua esposa, Rosângela da Silva – conhecida como Janja – o chefe de Estado brasileiro surpreendeu os presentes ao tirar os sapatos e se deitar no chão para reproduzir movimentos dos acrobatas que se apresentavam na exposição.

A performance artística, que envolvia expressões corporais intensas e um ambiente interativo, inspirou Lula a participar de forma espontânea, arrancando sorrisos dos espectadores e ganhando os holofotes da imprensa internacional. A atitude foi registrada por fotógrafos e rapidamente se espalhou pelas redes sociais.

A exposição de Ernesto Neto

Ernesto Neto, artista plástico reconhecido mundialmente por suas instalações sensoriais e imersivas, trouxe para Paris uma proposta que combina arte, cultura brasileira e espiritualidade. A mostra “Nosso Barco Tambor Terra” convida o público a interagir com os elementos do espaço, refletindo sobre a conexão entre corpo, natureza e comunidade. A participação do presidente reforçou o caráter interativo da obra e colocou o Brasil em evidência em um dos principais palcos culturais do mundo.

Uma agenda diplomática extensa

A visita de Lula à França teve início na quarta-feira (4), com uma série de compromissos institucionais e culturais programados até a próxima segunda-feira (9). A delegação brasileira conta com nomes importantes do governo, como Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Além de Paris, o roteiro do presidente brasileiro inclui visitas às cidades de Toulon, Nice e Lyon, reforçando a intenção de estreitar laços não apenas com o governo francês, mas também com setores da sociedade civil, empresários e líderes locais.

Um momento simbólico na Torre Eiffel

Na véspera da abertura da exposição, Lula e Janja participaram de um encontro simbólico com o casal Macron em frente à Torre Eiffel. O ponto turístico estava iluminado nas cores verde, amarelo e azul – uma homenagem ao Brasil. O gesto reforçou a boa relação entre os presidentes e destacou o caráter festivo da celebração dos 200 anos de diplomacia entre as duas nações.

As imagens do encontro foram amplamente divulgadas e viralizaram nas redes sociais, reforçando o simbolismo do evento e a importância da parceria entre Brasil e França.

Reações e repercussão nas redes sociais

A cena de Lula imitando os acrobatas dividiu opiniões nas redes. Enquanto alguns elogiaram o gesto como um momento de leveza e conexão cultural, outros o criticaram por considerar a atitude informal para um chefe de Estado. De qualquer forma, a ação do presidente gerou engajamento e trouxe visibilidade para o evento e para a cultura brasileira no exterior.

Jornalistas, comentaristas políticos e internautas repercutiram o episódio, destacando a diferença de postura do presidente em comparação a encontros mais formais. Houve também quem enxergasse a atitude como uma forma de aproximar a política da arte e do povo, em um cenário de diplomacia mais humanizada.

Foco nas relações bilaterais

Apesar do tom descontraído em alguns momentos da viagem, a agenda presidencial tem caráter estratégico. Lula busca fortalecer acordos comerciais e parcerias internacionais, especialmente em áreas como meio ambiente, transição energética e direitos sociais. A presença de Marina Silva indica o peso das pautas ambientais nas discussões com o governo francês e representantes europeus.

O presidente brasileiro também se posicionou quanto ao acordo entre Mercosul e União Europeia, tema sensível que ainda encontra resistência em alguns países do bloco europeu, incluindo a própria França. Lula demonstrou descontentamento com a falta de avanços concretos e cobrou empenho das autoridades francesas para que o acordo possa ser ratificado.

Cultura como ponte diplomática

A escolha de incluir eventos culturais na agenda da visita reforça a importância da arte como ferramenta de aproximação entre os povos. Ao participar de uma exposição brasileira em solo francês, Lula evidencia que os laços entre os países vão além da política e da economia, e também envolvem o reconhecimento e a valorização das expressões culturais nacionais.

A exposição de Ernesto Neto, nesse sentido, tornou-se um palco simbólico de cooperação e respeito mútuo. E, mesmo com o gesto espontâneo e curioso de Lula no chão da galeria, o evento cumpriu seu objetivo: mostrar a alma artística e espiritual do Brasil à Europa.

Conclusão: entre o protocolo e a espontaneidade

A passagem de Lula pela França tem sido marcada por uma mescla de formalidade diplomática e gestos espontâneos que fogem do roteiro tradicional. A participação ativa do presidente em eventos culturais, especialmente ao se envolver fisicamente em uma performance artística, pode ser vista como uma tentativa de humanizar sua imagem e conectar-se com o público de maneira mais direta.

Enquanto os compromissos políticos seguem firmes e os temas estratégicos são debatidos com as autoridades francesas, episódios como o da exposição mostram um lado mais descontraído do líder brasileiro. Resta saber como esses gestos serão percebidos a longo prazo: como um esforço de aproximação cultural ou como excessos de informalidade.

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