“Prendam o Bolsonaro! Façam isso e verão um país congelado, parado”

Política

O senador Magno Malta (PL-ES) voltou a criticar abertamente uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), desta vez em relação à convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento à Polícia Federal. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também incluiu o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no processo. Ambos deverão ser ouvidos no prazo de até dez dias, conforme determinação oficial.

STF determina depoimento de Bolsonaro e Eduardo

A decisão de Alexandre de Moraes foi tomada dentro de um inquérito que investiga supostas ações coordenadas de figuras públicas com influência internacional, que poderiam estar ligadas a tentativas de desestabilização democrática. O ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo informações preliminares, deverá explicar possíveis vínculos com ações articuladas por seu filho, Eduardo Bolsonaro, durante viagens aos Estados Unidos.

A convocação dos dois integrantes da família Bolsonaro faz parte de um movimento mais amplo dentro do inquérito das milícias digitais, que já levou à investigação de diversos aliados do ex-presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro, por sua vez, é apontado como figura central na interlocução com setores conservadores norte-americanos e, de acordo com a Polícia Federal, essas conexões estariam sendo investigadas à luz de possíveis interferências políticas e institucionais.

Reação imediata de Magno Malta

Em pronunciamento veemente, o senador Magno Malta reagiu com indignação à decisão do STF. Para ele, a convocação tem como principal objetivo enfraquecer e intimidar as principais lideranças do campo conservador no Brasil. “O que está acontecendo não é investigação justa, é perseguição com roupagem jurídica”, declarou o parlamentar.

Malta acusou o Supremo Tribunal Federal de utilizar o aparato do Estado para desestabilizar um grupo político específico, referindo-se à direita e aos apoiadores do ex-presidente. “Estamos assistindo ao uso da toga como instrumento de poder político, e isso é extremamente perigoso para qualquer democracia”, acrescentou o senador.

Ameaça de reação popular

O ponto mais crítico do discurso de Magno Malta ocorreu quando ele advertiu sobre possíveis consequências populares caso Bolsonaro seja preso. “Vou dar um aviso para os senhores e me dirijo diretamente ao consórcio de capa preta: ponham a mão em Bolsonaro, prendam o Bolsonaro! Façam isso e vocês verão um país congelado, parado, sem espaço para uma viva alma nas ruas, nas estradas, em qualquer lugar.”

O termo “consórcio de capa preta”, usado por Malta, foi interpretado como uma crítica direta ao Supremo e seus ministros, sugerindo que há uma atuação coordenada entre membros do Judiciário contra figuras políticas da direita. Para o senador, qualquer tentativa de prisão contra Jair Bolsonaro desencadearia uma onda massiva de manifestações em todo o país, podendo até mesmo paralisar o funcionamento normal das instituições e das vias públicas.

Suposto cerceamento de lideranças conservadoras

Na visão de Magno Malta, há um esforço deliberado para enfraquecer e silenciar vozes conservadoras que ainda possuem forte apoio popular. Ele citou como exemplo não apenas Jair Bolsonaro, mas também outros parlamentares e influenciadores que vêm sendo alvos de investigações judiciais e inquéritos diversos.

“Estamos vendo uma perseguição sistemática. Não se trata mais de responsabilizar criminosos, mas sim de desarticular uma corrente ideológica que representa milhões de brasileiros”, disse. O senador afirmou que a democracia corre risco quando o sistema de Justiça se transforma em ferramenta de repressão ideológica. “Se isso não for combatido agora, amanhã qualquer cidadão poderá ser silenciado apenas por pensar diferente.”

Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente

Até o momento, Jair Bolsonaro ainda não comentou publicamente sobre a convocação para prestar depoimento. Seus advogados, no entanto, já estão analisando a decisão do ministro Alexandre de Moraes e devem entrar com medidas cabíveis nos próximos dias.

A defesa do ex-presidente argumenta que ele vem sendo alvo de uma série de ações judiciais desproporcionais desde que deixou o cargo, e que qualquer tentativa de envolvê-lo em ações praticadas por terceiros, inclusive por seu filho, deve ser tratada com cautela e respeito ao devido processo legal.

Polarização continua no cenário político

A reação de Magno Malta reflete o clima de polarização que ainda domina o cenário político brasileiro. De um lado, setores da esquerda e parte da imprensa defendem o aprofundamento das investigações e o fortalecimento das instituições, mesmo que isso implique medidas duras contra ex-mandatários e seus aliados. Do outro, líderes da direita denunciam uma perseguição ideológica disfarçada de legalidade.

Analistas políticos veem nas declarações de Malta uma tentativa de mobilizar a base bolsonarista em um momento de tensão crescente entre os Poderes. A ameaça de grandes protestos e a retórica de resistência popular são estratégias que já foram utilizadas anteriormente, especialmente em momentos de pressão contra o ex-presidente.

O futuro das investigações

A Polícia Federal agora tem um prazo de dez dias para colher os depoimentos tanto de Jair quanto de Eduardo Bolsonaro. O que será feito com essas informações ainda é incerto, mas fontes indicam que o STF pretende aprofundar o inquérito com base em possíveis articulações internacionais.

Enquanto isso, figuras como Magno Malta continuarão exercendo pressão pública contra o que consideram abusos do sistema judicial. O embate promete se intensificar nas próximas semanas, com o campo político dividido entre os que enxergam a medida como necessária à justiça e os que a consideram um passo perigoso rumo à ruptura institucional.

Considerações finais

As falas do senador Magno Malta representam mais do que uma simples crítica à convocação de Jair Bolsonaro. Elas ecoam a insatisfação de uma parcela expressiva da sociedade brasileira que vê no ex-presidente um símbolo de resistência ao que consideram ser um avanço autoritário do Judiciário. O desfecho dessa tensão entre Poderes pode moldar o rumo da política nacional nos próximos meses, e tudo indica que o Brasil ainda viverá momentos de forte embate institucional e social.

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